Literatura tem dessas coisas.
Julguei que em qualquer dificuldade moral ou material, um homem tinha o direito de interessar nela o seu melhor e mais simpático amigo. Vejo que é um erro, e que não acreditei bastante no que se lê em Proudhon: "Que em todas as decadências, o primeiro sintoma é a depravação do sentimento da amizade". Vejo que chegamos a esse momento histórico: já não há "amigos", há apenas "parceiros" — e em obediência à sua intimação, daqui por diante, alegre ou triste, dirigir-me-ei ao meu travesseiro.
Eça de Queirós. Quando tínhamos verbo, pág. 115.
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